A história do Mercedinho tipicamente urbano começou em 1972, com o 608D, o primeiro modelo na categoria dos leves da Mercedes-Benz. Na época, o modelo chegou trazendo inovações, como a cabine semi-avançada, o que ampliava a plataforma de carga. Essa era uma vantagem considerável, pois os concorrentes eram quase todos derivados de picapes que usavam cabines convencionais.
Em toda a sua história de vida o modelo passou por quatro atualizações. A primeira veio em 1987, quando teve sua capacidade de carga ampliada e o nome subiu para 708 E. Um ano depois, a cabine foi reestilizada, ganhando a aparência que mantém até hoje e também foram incorporados melhoramentos como o freio a disco nas rodas dianteiras. O 708 E também foi base para um modelo ligeiramente maior, o 914,que inaugurou o segmento de nove toneladas.
Concorrendo sempre na faixa de entrada, quase nada mudou no desenho da cabine, mas o urbano da Mercedes ganhou inovações tecnológicas, como o motor com intercooler em 1992. O aumento de potência para 120 cv elevou o nome para MB 712. Quatro anos mais tarde voltou a se chamar 710, por conta do motor turboalimentado. Com as vendas em queda, o modelo chegou a ser retirado da linha de produção em 1998, mas voltou um ano depois por exigência do mercado. Após essa recaída, recebeu  melhoramentos como sistema de freios pneumáticos (2002) e a adequação para atender a legislação do CONAMA P5 (Euro III), em 2006.
O Mercedinho foi, por vários anos seguidos, o caminhão mais vendido do Brasil e, somando todas as suas versões, encerra seus 40 anos de história totalizando 183.626 unidades vendidas. “O Mercedinho é dinheiro em caixa e pau para toda obra”, diziam seus usuários.O espaço deixado pelo MB 710 será preenchido pelo modelo Acello 815. Lançado em 2003, o produto novo (então chamado 715) chegou a provocar a suspensão da produção do Mercedinho por uns três meses.
Sua missão, a médio prazo, era exatamente substituir o 710, mas o tiro saiu pela culatra e, como as vendas não decolaram, sua produção desde 2009 passou a ser feita apenas sob encomenda. Com a terceira aposentadoria do 710, agora definitiva pela impossibilidade técnica de adaptação ao padrão Euro 5, o Acello volta à tona. A geração do 710 encerra sua carreira com 183.626 unidades vendidas. O 608 D representou o maior volume – 82.551 unidades.