O mês de março foi favorável para o mercado automotivo. Com 22 dias úteis em março, contra 19 em fevereiro, o setor da distribuição de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos, implementos rodoviários e outros meios de transporte) cresceu 21,02% em março na comparação com o mês anterior (foram emplacados 483.643 unidades contra 399.655). Na comparação entre os meses de março 2011 e 2012, o setor também registrou crescimento de 0,08% (na ocasião com 483.265 unidades) ressaltando que março do ano passado teve menor dias úteis em função do Carnaval que, em 2011, ocorreu neste mês.
Apesar do crescimento registrado entre fevereiro e março de 2012, houve queda nos emplacamentos da maior parte dos segmentos na comparação de março de 2012 com o mesmo mês de 2011. As vendas diárias caíram, o que sinaliza uma retração do mercado atual.
Os emplacamentos de caminhões foram beneficiados pelo maior número de dias úteis em março deste ano, e as vendas do setor cresceram 22,15% na comparação com fevereiro. Foram licenciados 13.309 unidades em março, contra 10.896 caminhões no mês anterior. Da mesma forma como ocorreu no segmento de automóveis e comerciais leves, na comparação com março de 2011, quando foram negociadas 14.488 unidades, o setor registrou queda de 8,14%.
O segmento de ônibus cresceu 14,13% no mês de março. Foram emplacadas 3.117 unidades, contra 2.731 em fevereiro. Na comparação com o mesmo período de 2011 (2.926 unidades), o segmento também registrou crescimento de 6,53%.
Os setores de caminhões e ônibus, juntos, cresceram 20,54%, no comparativo entre março e fevereiro, e tiveram retração de 5,67% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
As unidades vendidas de implementos rodoviários sofreram alta de 24,83%, com 4.661 unidades vendidas em março, contra 3.734 em fevereiro.
Também em função do maior número de dias úteis, o volume de vendas de automóveis e comerciais leves somou 284.166 unidades em março, num crescimento de 20,46% sobre fevereiro. Já na comparação com março/2011, os segmentos registraram retração de 1,58% sendo que, se fossem considerados os mesmos dias úteis (já que ano passado o Carnaval aconteceu em março), a retração real seria de 6,05%.
Outros veículos registraram crescimento de 8,82%. Foram comercializadas 8.018 unidades contra 7.368, comparando com o mês de fevereiro.
Segundo o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), “ao compararmos os resultados da média diária de vendas entre os meses de março 2012 e 2011, notamos que houve queda de 6,05% nas vendas de automóveis e comerciais leves”, comentou Flávio Meneghetti.
Cenário para a Fenabrave
De acordo com Meneguetti, o crescimento da inadimplência no setor automotivo chegou a 5,5% em fevereiro, índice superior aos registrados durante a crise de 2009. Essa inadimplência alta, segundo o presidente da Fenabrave, fez com que as instituições financeiras ficassem mais restritivas na liberação do crédito ao consumidor, medida que impactou diretamente as vendas nas concessionárias. “Esta restrição no cadastro gera queda nas vendas, por isso, a média diária foi menor de um ano para outro. Essa situação nos preocupa, pois pode afetar a expansão esperada para o ano”, detalha o presidente da Fenabrave, que acredita que poderá haver queda na inadimplência a partir do final do primeiro semestre.
Apesar da queda das vendas diárias, registrada em março, para automóveis e comerciais leves, a Fenabrave ainda mantém as perspectivas de crescimento para 2012.
Em todos os segmentos, deverá ocorrer aumento de 5,76%, totalizando 5.890.733 milhões de unidades, resultado que deverá acontecer de forma mais expressiva a partir do segundo semestre.
O setor de caminhões deverá contabilizar 189.235 mil unidades emplacadas, com evolução de 9,6% sobre o ano passado, enquanto o segmento de ônibus deverá crescer 14,3% – com previsão de fechar o ano com 39.718 mil unidades emplacadas.
Para os segmentos de automóveis e comerciais leves, a entidade mantêm a expectativa de aumento de 4,50% nos emplacamentos, totalizando 3.579.699 milhões de unidades.