Rodar com o caminhão vazio não é bom para o caminhoneiro, nem para o ambiente. Na volta para casa depois da entrega da carga, o frete de retorno garante aos autônomos uma renda extra e mantém a produtividade do caminhão. Para auxiliar motoristas, sites oferecem serviço que tenta unir as duas pontas: quem oferece e quem busca fretes.
Lançado em março, junto ao portal Visa Cargo (www.visa.com.br/cargo), o Bolsa Frete é um centralizador dessas ofertas de transporte, no qual os clientes do cartão Visa Cargo podem acessar, pela internet ou por telefone, um banco de opções de transportes de cargas para não retornar com o caminhão vazio à cidade de origem.
Para o presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Cargas a Granel (Sindgran), Henrique Raccuia Ferreira, o frete de retorno é “essencial para o trabalho” dos transportadores. Ele conta que normalmente é o próprio autônomo o responsável pela busca do frete entre transportadoras e agenciadores. “Conhecemos o serviço e acreditamos ser uma ferramenta importante”, afirma Ferreira sobre o Bolsa Frete. Ele conta que o próprio sindicato também faz o papel de intermediar relações entre terminais portuários, transportadoras e caminhoneiros.
Outros sites oferecem serviço semelhante, alguns 100% gratuitos, outros com opção para assinantes, que podem oferecer um ou mais caminhões para ganhar destaque. Entre eles estão Rede Frete Fácil (www.redefretefacil.com.br), Parceiro do Frete (www.parceirodofrete.com.br), Retorno Legal (www.retornolegal.com.br), Fretebras (www.fretebras.com.br) e Consulta Frete (www.consultafrete.com).
Bolsa Frete

Após solicitar um cartão Visa Cargo, o caminhoneiro realiza um cadastro no portal, informando os dados e o perfil do caminhão, como capacidade e tipo de carga, localização, entre outras características, e automaticamente ganha acesso ao Bolsa Frete - restrito a clientes do cartão. A Visa se compromete a manter pelo menos 500 ofertas de frete disponíveis ao mês, mas o número deve aumentar a partir da maior adesão ao serviço.

O site reúne os fretes mais adequados ao perfil cadastrado e, caso o usuário tenha interesse e disponibilidade, faz a marcação em uma ou mais ofertas. A partir disso, a negociação sobre valores e demais questões é entre o próprio motorista e a transportadora responsável.
O Bolsa Frete faz parte das estratégias da companhia para se aproximar dos transportadores. “Foi uma criação da Visa local, viemos estudando esse mercado e segmento, buscando entender como poderíamos agregar valor para o caminhoneiro e as transportadoras. Era uma demanda do próprio mercado, pois existe dificuldade de juntar as duas pontas, ter uma informação mais democrática e de qualidade”, explica Karen Ferreira, diretora de produtos comerciais da Visa Brasil.
Pelo portal Visa Cargo (www.visa.com.br/cargo) ou pelo telefone 0800 772 2742, o motorista pode ter acesso e selecionar as ofertas. “Normalmente, os caminhoneiros tinham que lidar com as figuras dos agenciadores, que trabalhavam com poucas transportadoras, às vezes uma. No nosso caso, juntamos vários perfis, de vários estados, diferentes mercadorias, pois queremos dar mais tranquilidade e agilidade, com um sistema que seja amigável, simples e fácil, mas com opções”, afirma Karen.
Utilizado como meio de pagamento de frete e pedágio, o cartão ganhou ainda mais força a partir da entrada em vigor da nova legislação que proíbe o uso da carta-frete - antigo sistema de remuneração entre transportadoras e caminhoneiros. “Os dois serviços, tanto o Bolsa Frete, quanto o cartão da Visa Cargo, trabalham com a inclusão dos caminhoneiros, tanto financeira quanto social, já que conseguem dar todos os benefícios para uso no dia a dia. A possibilidade de cartão adicional para a família dá uma nova dimensão, pois além das despesas diárias na estrada, ele consegue repassar os recursos para os familiares”, conta Karen.
Fonte: Terra