Enquanto quase todas as fabricantes aceleraram a produção no segundo semestre do ano passado para assegurar estoque de segurança de veículos Euro 3 para ser vendido até março deste ano, a Scania se manteve fiel à sua política de pautar sua produção de acordo com o comportamento da demanda.
Com isso, mesmo pressionado por sua rede de concessionárias, Roberto Leoncini, diretor-geral da Scania no Brasil, segurou até o final de dezembro o pouco que ainda restava de veículos Euro 3. “Liberamos as últimas unidades no começo de janeiro, não temos mais nenhum caminhão Euro 3 no estoque”. Foram cerca de 1,4 mil caminhões Euro 3 colocados no mercado em janeiro. E, todos, já estavam encomendados.
 A Scania, por conta disso, foi a primeira fabricante a iniciar uma forte campanha publicitária para já começar as vendas de seus caminhões Euro 5. O apelo maior é uma promoção, que vai até março, de 120 mil quilômetros gratuitos de Arla para quem fechar a compra de um novo caminhão da marca.
De acordo com Leoncini há 90 Scania Euro 5 nas concessionárias da marca para demonstração aos clientes. “Desde a Fenatran (que aconteceu no final de outubro do ano passado) já firmamos a venda de mais de mil caminhões Euro 5”, conta o executivo.
Na avaliação de Leoncini o movimento de pré-compra dos grandes transportadores foi bem abaixo do esperado. “Não chegou nem a 20% e já esperávamos que seria baixo pois o transportador leva em consideração diversos outros fatores antes de fechar uma compra de caminhões, especialmente grandes lotes”.
Maior do mundo
Mais uma vez o Brasil foi o maior mercado do mundo para a Scania para os três segmentos onde a marca atua: caminhões, ônibus e motores. O país foi responsável pela venda de 13.435 caminhões, 1.652 ônibus e 2.515 motores. No volume de caminhões vale destaque ao bom desempenho da Scania no segmento de semipesados que saiu de apenas três caminhões comercializados no Brasil em 2010 para 424 no ano passado.
Leoncini evitou fazer qualquer previsão de crescimento da marca nos semipesados para este ano mas garantiu que a “a Scania vai dar trabalho para a concorrência”. Um dos planos para agir com mais eficiência no mercado nacional foi montar escritórios regionais com profissionais especializados em vendas vocacionadas. “Por exemplo, em Minas Gerais temos um escritório especializado em mineração, já em São José do Rio Preto (SP), temos outro, especializado em cana de açúcar. A ideia é abrir outros escritórios assim pelo Brasil, sempre focados no segmento de maior representatividade da região”.
No ano passado a Scania comercializou 80.108 veículos entre caminhões e ônibus em todo o mundo, um volume 26% superior ao obtido em 2010.