Sabe-se que os pneus estão entre os principais gastos com a manutenção de caminhões, afinal, são eles os responsáveis por sustentar todo o peso da carga além de tracionar o veículo com segurança. Com elevados valores por unidade, fazer a escolha certa é fundamental para manter o rendimento e a lucratividade do veículo – só um modelo adequado ao tipo de operação garantirá o retorno financeiro.
O primeiro passo para uma escolha correta é utilizar o tamanho recomendado pelo fabricante do caminhão, informado no manual do proprietário. As montadoras e as empresas produtoras de pneus realizam testes constantes, sempre buscando o melhor equilíbrio do veículo, portanto é importante seguir as recomendações. Utilizar pneus ou rodas diferentes altera a harmonia do caminhão, que passa a gastar equipamentos e pneus de forma errada e desigual.
O tipo de aplicação é determinante na escolha do modelo de banda de rolagem mais adequado ao transporte de cargas. A banda é parte do pneu que fica em contato direto com o solo, com desenhos específicos para cada tipo de uso. De acordo com Rogério Urbini, engenheiro de pós-vendas da MAN Latin America, "certas características da operação do veículo são fundamentais, como a geografia do local e o tipo de pavimento".
Dependendo do tipo de estrada, velocidade média e função do veículo, determinado modelo de banda é mais adequada. Entre os tipos estão o rodoviário, regional, urbano, misto e fora de estrada. Urbini dá um exemplo: "na aplicação de mineração, que é considerada severa, além da carga ser sempre elevada, a geografia e o pavimento fazem com que a escolha dos pneus seja tipo off-road. Já na aplicação dos coletores de resíduos (caminhões de lixo), que rodam parte carregados e parte vazios e tanto em vias regulares como irregulares, além de pavimentação com brita, próximo aos lixões, o pneu mais indicado é o de uso misto".
Outro ponto importante a ser observado é a correta distribuição dos pneus com o objetivo de manter o equilíbrio do caminhão. José Carlos Quadrelli, gerente-geral de engenharia de vendas da Bridgestone, explica que existem modelos com aplicação geral em todas as posições (também chamado de All Position), mas também bandas com aplicações específicas para cada eixo (direcionais, tração e carreta). "Por exemplo, pode-se usar pneus All Position nos eixos de tração em ônibus rodoviários, mas para conjuntos cavalo e carreta, que rodam em percursos com grande variação de relevo, seguramente será necessário o uso de pneus de tração no cavalo, para melhor transferência de torque", conta.
O alto preço dos pneus é justificado pela grande capacidade de recapagem. Os modelos de hoje permitem recapagens até que a carcaça seja totalmente inutilizada. Se o veículo estiver bem alinhado, com pneus adequados, a banda de rodagem gasta por igual, mantendo a qualidade da carcaça. Fábio García, gerente de marketing de pneus de caminhões ônibus e recapagem da Goodyear, diz que é preciso respeitar o indicador de desgaste da banda de rodagem, chamado TWI. "Se ele passar do limite – que é de 1,6mm – além de riscos de segurança, ele está suscetível a avarias na carcaça podendo inutilizar o pneu completamente", afirma. Segundo ele, a avaliação da carcaça deve ser feita por um profissional especializado, capaz de determinar se é possível fazer uma nova recapagem.
Fonte: Terra