Vários segmentos do país como indústria, construção civil e agricultura desaceleraram, mas um setor em especial vive dias diferentes. As empresas de transporte de cargas e passageiros têm reclamado que não temos mais mão-de-obra, ou seja, faltam motoristas.
Algumas empresas transportadoras encontraram um meio curioso para sanar esse problema: promover funcionários a motoristas. Oferecem treinamentos para que possam tirar habilitação necessária e que possam dirigir carretas.
E não são somente as empresas transportadoras que enfrentam problemas com a falta de motoristas. As empresas de ônibus também têm enfrentando falta de pessoas qualificadas para isso.
Os ônibus de uma maneira geral ganharam novas tecnologias e tais tecnologias precisam ser dominadas pelos novos motoristas. A dificuldade só aumenta, já que agora é preciso ficar de olho na estrada e em um painel com mais ou menos 40 botões e cada um com funções específicas como: controlar o som, aparelho de TV, ar-condicionado ou as portas.
Segundo estimativas feitas pela Confederação Nacional do Transporte, faltam no mercado 40 mil motoristas profissionais de caminhão e ônibus em todo o país. Para se ter noção da gravidade da situação, a instituição oferecer cursos gratuitos para que as pessoas possam se qualificar para trabalhar na área.
Esse tipo de dado é importante por alguns motivos. O principal deles, a meu ver, é que a profissão não é bem remunerada e nem bem respeitada. Um motorista de caminhão ganha pelo sindicato só R$ 1.129 reais, o que é muito pouco.
O mesmo acontece com os motoristas de ônibus. O que se espera com essa falta de profissionais no mercado é que os salários aumentem e a profissão seja mais valorizada, afinal de contas, não é para qualquer um fazer o transporte de cargas que valem muito dinheiro ou de cuidar de diversas vidas nas péssimas estradas brasileiras.
Valorizando esses profissionais, teremos menos acidentes, pessoas com melhores condições de vida e mais pessoas interessadas em trabalhar com isso. Enquanto esse cenário não melhorar vão continuar faltando profissionais qualificados para dirigir ônibus e caminhões.

Fonte: Folha de São Paulo