Estimativa do Sindicargas (Sindicato dos Trabalhadores e Transportadores de Cargas de Mato Grosso do Sul) aponta que em Mato Grosso do Sul faltam 300 motoristas de caminhão, que sejam qualificados para atuar no setor, em âmbito nacional o cenário é algo em torno de 100 mil vagas disponíveis. “O painel traz muitos indicadores, um deles é o consumo do veículo, se não tivermos um mínimo de conhecimento em informática não conseguimos interpretar”, contou o motorista Lucas Leite, 23 anos.
Ele contou que quando criança acompanhava o pai nas viagens e que aos 18 anos entrou para a profissão. “Quando eu comecei os caminhões eram todos mecânicos, mas quando as empresas começaram a adquirir modelos novos eu procurei um curso de informática para poder entender melhor”, acrescentando que até a partida dos caminhões modernos é diferente. “É preciso esperar depois de dar partida para que o seja carregado o sistema eletrônico do caminhão”. Além das noções de informática, os motoristas também participam de cursos, oferecidos pelas concessionárias quando as empresas adquirem os veículos.
Segundo o relações públicas do Sindicargas, Roberto Sinai, os novos caminhões trazem muitos benefícios para os empresários, o principal é a questão da segurança. “Os veículos podem ser rastreados 24 horas por dia, isso ajuda muito porque eles já saem do local com toda a rota traçada, se fugir dessa rota o caminhão trava. Em caso de acidente também é importante, porque identificamos o local exato da ocorrência e deslocamos a ajuda mais próxima”, disse.
Déficit
Quanto à falta de profissionais, Roberto Sinai destaca que além da ausência de pessoal qualificado para conduzir as máquinas o setor tem muita rotatividade. “Isso ocorre porque alguns profissionais desistem da estrada, justamente por quererem passar mais tempo com a família, outra parte acaba migrando para outras ocupações dentro da própria empresa”, disse.Na avaliação dele ao menos 5% das vagas disponíveis são referentes a profissionais que foram aproveitados em outra ocupação, o percentual em algumas empresas pode chegar a até 10%.
A gestora de intermediação de mão-de-obra da Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul), Jolene Ferreira de Oliveira, informou que a oferta de vagas para motoristas de veículos pesados não é muito freqüente e quando ocorre há procura, porém o candidato, muitas vezes, não atende os requisitos das empresas. “Recentemente uma empresa abriu 17 vagas para motorista carreteiro, sendo cinco para o sexo feminino e 12 para o masculino. Encaminhamos uma mulher e quatro homens”, exemplificou.
Ela acredita que as possibilidades de exercer outra ocupação e a busca por um maior convívio familiar podem justificar a baixa procura. “Outro aspecto é a rede de contato, um funcionário sabe da vaga e avisa um conhecido interessado e, não necessariamente, a empresa nos procura para ofertar vagas”.
Curso
Na tentativa de contribuir para redução do déficit de mão-de-obra o Sest (Serviço Social do Transporte) e o Senat (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) devem iniciar no Estado, entre o fim de setembro e início de outubro, cursos do Programa de Formação de Novos Motoristas.
O trabalho é de âmbito nacional e foi lançado oficialmente na terça-feira (02/08). A expectativa, conforme as entidades, é que em Mato Grosso do Sul sejam formados cerca de mil profissionais até o fim do ano. A qualificação será feita em 160 horas-aula, divididas em módulos básico, intermediário, especializado e prático, com foco em tecnologia, condução econômica e legislação.
Informações sobre os cursos em Mato Grosso do Sul podem ser obtidas por meio do telefone (67) 3348-8700
Fonte: Midia Max